terça-feira, 9 de dezembro de 2008

O nosso Papai Noel

Com o Natal chegando, me lembrei de um Papai Noel muito fofo, o Celsinho. O nosso Papai Noel. Há muitos anos o Celso é responsável pela entrega dos presentes que ficam debaixo da árvore.
Durante os dias anteriores ao Natal, o Celsinho fica circundando a árvore. Senta do lado, olha presente por presente, como se estivesse decorando o nome de cada um. Na nossa árvore nunca podem faltar presentes devidamente nomeados. E não pode ter aquela ficha “de / para”, porque ele sempre vai ler o “de”.
No dia do Natal, começa o ritual. A ansiedade pela ceia é enorme, ainda mais porque seu prato preferido é o Chester, que não pode faltar. Quando chegam 18 hs, ele já está ansioso e alguém pergunta: “Celso, você já está com fome?” e ele responde: “É claro!”. Aí alguém vai na cozinha, rouba um pouco da ceia e dá para o menino. Pode ser um arroz com maionese, por exemplo, que ele já fica mais calmo.
Quando sentamos na mesa, ele come tudo de novo, sem abrir a boca. A família conversando sem parar e ele comendo sem parar. Quando os pratos estão disponíveis em cima da mesa, a comilança é eterna. Ele não pára até que a gente tire os salgados e anuncie a sobremesa.
Antes disso, claro, temos que perturbá-lo dizendo que não tem sobremesa, só fruta. Foi num Natal que ele ameaçou furar o olho de alguém caso continuássemos a oferecer banana ao invés da sobremesa. Mas calma lá, o menino não é violento, nós é que somos muito chatos!
E depois da sobremesa, claro, ele já corre para debaixo da árvore. E, de novo, começa a manusear os presentes enquanto todos sentam em volta.
Aí começa o outro ritual: ele pega presente por presente e lê o nome.. mesmo que o presente seja uma bicicleta e pese duas toneladas. O mais engraçado é que ele só lê as primeiras letras e adivinha o resto... “F... Flavinha” ou “F... Dona Fátima” (quando a vovó ainda era viva); “P... Paulinha” ou “P... Pedrinho”... e assim vai! A preguiça de ler o nome todo é maior! E a cada anunciado, uma salva de palmas acompanhadas de "Eeeee" da família.
Sempre damos muita risada com isso. Nos últimos anos que ele passou em casa, compramos inclusive uma toca e uma barba de papai noel. Ele adorou. Agora, a “encarnação” do bom velhinho estava perfeita. Não era só o usual – e perfeito – “ho, ho, ho”, com a mão na barriga.

(Como ainda há alguns dias para o Natal, no próximo conto a história de quando o Papai Noel, em pessoa, deixou o presente do menino!)

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

O pão do menino - colaboração de Martha

Hoje a história não é minha, é da Martha, amiga da família e ex-vizinha na Móoca. Conta um dos rituais de comilança do Celsinho. Ele tem vários. A começar pelo relógio de pulso que ele usa só para saber a hora das refeições. Quando dá a hora (12 em ponto no almoço, 15h30 no lanche e 5h30 no jantar), ele já aparece como uma alma penada na cozinha, esperando que sua comidinha esteja pronta. Quando ele morava em casa, não tinha tanto luxo, então ele acordava, descia e fazia seu sanduíche. O chá ele esperava que a gente esquentasse. Os sanduiches sempre tem que conter maionese, pra ficar mais molhadinho. E não pode faltar o presunto ou a mortadela.
Outra mania é a sobremesa. Não pode faltar. Várias vezes, em casa, ele parava diante da minha mãe repetindo: "Dorinha, a sobremesa". Se a resposta fosse "não tem", ele dizia: "Ah, tem sim". E custava a desistir, se é que alguma vez desistiu.
Frutas, nem pensar. Ofereça uma banana, por exemplo, e ganhe um "Vou furar seu olho", como aconteceu em um Natal, depois de muito enchermos ele dizendo que só tinha banana!
Segue a história:
"Quando o Celso tinha apenas 3 anos ele não saia de seu jardim na Mooca. Fugia de todos. Bastava alguém se aproximar ele já entrava em casa a procura dos seus (mãe, irmãs, Ivo e Cio). Acontece, que eu morava a 3 casas da dele. E ele de vez em quando fugia, entrava em minha casa e ia direto numa dispensa, abria o armário e pegava nosso pão. Saia tão feliz lá de casa com aquele pedaço de pão. A minha mãe, como era muito amorosa, ia toda à tarde no Di Cunto comprar pão. Já comprava a mais pensando no Celso. Ao virar a esquina, ela já o avistava e dizia: "- Venha Celso, lembrei de você..." Ele novamente entrava em minha casa, abria o armário e pegava sua parcela de pão. Ele não aceitava tirado do saquinho. Era necessário o rito do armário... Isto virou uma rotina. Acontece, que em 1969 saí daquela casa. Todos entenderam nossa ausência... menos o Celso... ele entrou na casa... não achou o armário e ainda ouviu gritos da nova vizinha... Ele não voltou mais... acabou entendendo que já não se faziam mais donas Lauras na Mooca. Nunca esqueci disso... acho que nem a Dora... Mas saibam que ainda tenho saudades daqueles bons tempos que não voltam mais e de todas aquelas almas boas chamadas: Laura, Sofia, Anésia, Nelly, Ruth, Dona Caté, Dona Lídia...
por Martha"

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

O menino não fala palavrão

Hoje lembrei de um episódio que dá um pouco de vergonha de contar. O que vão pensar do menino??? rs

Minha , o Celsinho e meu pai (o conhado), moravam em um sobrado na Saúde. Em cima havia dois quartos e embaixo, duas salas e uma cozinha. Como a vovó, depois de muitas quedas, já não subia bem a escada, colocamos uma caminha pra ela na sala. Nos quartos dormiam, então, o Celso e meu pai.

Todo dia a perua passava para pegar o Celso para ir para o Lares, a escola que ele estudou aqui em São Paulo. Era lá que trabalhava a Beth, uma professora meiga e loira de quem o Celsinho dizia ser namorado. Mas, claro, nem isso justificava o trabalho de tomar banho, colocar o uniforme e ir pra escola.

O problema não era bem esse, era a vovó, lá de baixo, que gritava umas 15 vezes "Cellllllso, Cellllllso, Cellllllso". Um dia, ele não teve duvida. Gritou lá de cima: "CALA A BOCA VAGABUNDA!"

Não sei onde ele aprende tanto palavrão, porque só agora, com todo mundo velho e criado, é que às vezes soltamos alguns. A vovó, hoje em dia, adora que a gente fale um bem cabeludo, ela chora de dar risada. Mas ele sempre soube todos e sempre falou.

Todo mundo enche, enche, enche o menino, e quando ele solta um palavrão, é sempre aquela cara de "ó". Aí perguntamos: "Celso, você falou palavrão?" E ele, como se ninguém tivesse escutado, responde: "Eu não!".

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Alguns diálogos

Enquanto não dá tempo de escrever outras histórias, seguem alguns dos meus diálogos preferidos!
- Flavinha, quando você vai casar?
- Nunca, Celso.
- Não... Quando?
(Ele fica nervoso porque não respondo a pergunta. Ele quer saber quando e não se vou ou não!)

- Flavinha, você gosta do Ricardo?
- Mais ou menos.
- Ahhhh, vc gosta sim!
(Não adianta dar uma resposta que ele não quer ouvir ou não concorda!)

Mais uma:
: Celso, eu vou morrer.
Celso: Quando, mãezinha? (Com uma voz de "pode ser uma boa idéia, porque a mãezinha enche os pacová")

Celso: Mãezinha, quantos anos vc está fazendo?
: Oitenta e sete.
Celso: Poooxa! (com os olhos vesgos, virados pra cima, como quem diz "que velha".

Família: Celso, você tomou banho?
Celso: Tomei.
Família: Quando?
Celso: Ontem.

Família: Celso, vem mais pra cá que você tá na frente.
Celso: bem aqui.

Celso: Mãezinha, não vai pesar. Mãezinha, não vai pesar... Xi, pesou!

Família: Celso, o que você vai pedir? (cortando o bolo de aniversário)
Celso: O poder de Cristo! (é um santo, praticamente!)

Família: Celso, você gosta da mãezinha?
Celso: Gosto, ela é santa do "pai" oco.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Terminologia do Alemão

Está difícil selecionar quais histórias escrever, então resolvi dar um tempo e listas frases e palavras célebres do menino. Algumas palavras, como as que meu pai lembrou, são exclusivas e fazem mais sentido do que nosso português. Na verdade, cada menção aqui merece um post, então vai ajudar a organizar as idéias!

Traduções
Chorrasco = Churrasco
Lengoiça = Linguiça
Passavor = Por favor
Camasola = Camisola (afinal, é pra usar na cama)
TV Vegetal 29 toneladas = TV Digital 29 polegadas
Pesar = Pisar
Cabesseiro = Travesseiro
Paulo Ranger = Power Rangers
Frita = Frida (a gata da minha irmã)
Ralf = Alf (o gato da minha irmã)
Wellbinton = Wellington (o namorado da minha irmã)
Louis Fernando = Luiz Fernando (meu "conhado")
Pinglinho = Pedrinho (meu pai, o "conhado" dele)
Conhado = cunhado
Ibinho = Ivinho (primo da minha que morava com eles)
Lember = Lamber
Tegente = Detergente

Frases célebres
Agora já foi.
Está costoso?
Ahhh, não sei...
Não pode, Dorinha?
Acho que vai chover.
Que cheiro de peixe, hein mãezinha?
É claro.
Xi, pesou!
Então... (Essa eu uso quase todo dia, com o mesmo sentido... É ótima para cortar assunto ou evitar uma resposta que você não quer dar)
Eu sou macho piludo!
Mãezinha mamã!
Jamé!
É mentira! (com os olhos virados pra cima)
Viu que sei?

Coisas só dele
- Falar sozinho o dia todo
- Saber o signo de todos os membros da família
- Imitar (com sons e coreografia) todos os animais que existem no reino animal, incluindo cobra.
- Ouvir, sempre alto, todos os CDs da Bíblia com narração do Cid Moreira
- Enrolar linha (no dedo ou num lápis)
- Fazer pum quando escova os dentes rsrsrsrsrsrsrsrs
- Separar figurinhas ou fotos no chão, de perna de índio
- Fazer a barba e deixar 3 pêlos de bigode embaixo do nariz
- Dormir no carro ou enquanto estamos conversando e, quando perguntamos: "Celso, tá com sono?", nunca admitir que está.
- Falar que fala italiano e soltar um "te voglio benne assai"
- Cantar as músicas do Roberto Carlos repetindo sempre a última palavra do verso
- Nos programas do Silvio Santos, responder depois que o participante já certou e soltar um "Viu que sei?" (Viu como eu sei?)
- Virar os olhos pra cima, vesgo, quando fala a maioria das frases célebres ou fica nervoso
- Dizer que tem alergia a tinta pra não fazer lição na escola


Me ajudem a lembrar!!! Dá pra escrever páginas e páginas só com as palavras, frases e manias do menino!

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Capítulo 3 : Sacintandein

Papais que me corrijam, não sei se a palavra está escrita corretamente - se é que ela já foi escrita alguma vez. Usada ela foi, sempre.

Sacintandein é usado quando não queremos dizer uma palavra. No caso do Celsinho, sempre foi o sinônimo para a Síndrome de Down.

Minha até hoje vira para nós e comenta, em segredo, claro, que o Celso é Sacintandein. Como não consigo não ser irônica com a velhinha, respondo: "Ah é? Não tinha percebido!" E ela cai na risada. Frequentemente usa também a frase: "Sabe, o Celso tem problema" e a resposta da minha tia e da minha mãe é: "Mãe, problema temos nós". Que problema tem o menino? É o rei da casa, fica o dia todo ouvindo CDs religiosos, lendo a Bíblia e separando fotos. O único problema é manter o foco no relógio, para não perder a hora das refeições - que são sagradas.

A família sempre usou o termo para falar da escola especial, dos amigos do Celso, de tudo o que dizesse respeito a ele. Mas claro, o Sacintanden, que não é nada bobo, captava a mensagem. Virava os olhos para cima, como faz quando a mãezinha "enche os pacová" e continuava seu papo consigo mesmo. Tanto ele entende que algumas vezes chegou a comentar que queria ir para a "Spetalozi", que é como ele chama a Pestalozzi, e falou que era lá que estudavam as pessoas iguais a ele. Mas minha vó preferia pensar que o Sacintanden não precisava saber destes detalhes.

Até alguns anos atrás, minha jogava na loteria toda semana. Loteria, tele-sena... sempre foi focada em ganhar uma bolada. O motivo, segundo ela, era montar uma cidade só para os Síndrome de Down. Nunca deu muitos detalhes do projeto, mas sempre repetia: "Se eu ganhar na 'loto', vou fazer uma cidade só para os Sacintandein". O nome da cidade? Uma das netas, a Carol, se encarregou logo de criar: Sacintanlândia - só podia ser!

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Capítulo 2: "Agora já foi"

Na família, o que mais se ouve é "agora já foi". A frase, quase filosófica, explica muita coisa. É uma tradução singela do ditado - que minha avó paterna sempre dizia - "O que não tem remédio, remediado está".

Não sei quando o Celso a inventou, mas desde lá, a vida ficou mais fácil. Afinal, pra quê sofrer se "agora já foi"?

Uma das passagens que me lembro, não sei se foi a original, foi quando ele estava pegando um refrigerante na geladeira e a "mãezinha mamã" - que é como ele chama minha vó quando está de bom humor - pediu um copo também. Logo veio a resposta: "Ah... agora já foi!". Lógico, ele já tinha fechado a geladeira!


Quantas vezes queremos falar "agora já foi"? No trabalho, em casa, para o namorado... Mas por sermos "normais", não pega bem! Então calamos e abrimos de novo a geladeira. E depois a gente tem dúvidas do porquê do Celsinho não chorar... Como diria minha mãe, "problema" temos nós!


quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Capítulo 1: Está "costoso"?

Menino, Tio Celso, Celsinho, Alemão. Para os seis sobrinhos sempre foi difícil chamar ele de tio, não me pergunte o porquê. Chamávamos ele só de Celso e hj, de Celsinho. Nossos pais chamam ele de Menino ou Alemão e minha vó, hoje em dia, às vezes se confunde e chama ele de Sérgio. O normal era o Cellllso, puxando um bom "l".

Ele se acha normal e até chega a ser preconceituoso. Hoje não estuda mais, mas até uns bons anos atrás, não queria fazer amizades na escola. Sempre gostou mais da professora, principalmente se ela fosse loira e "sapática", como ele diz.

Quando ele era mais novo, estudava numa escola especial em Taubaté . Não me lembro de muita coisa de lá, a não ser a festa junina e, como boa gordinha, lembro da comida - a rã frita era maravilhosa. Mas lembro também de ver o Celso fazendo as malas para passar mais uns dias por lá. Era uma espécie de colégio interno onde ele estudava, fazia esportes e trabalhava. Essa última atividade justifica ele ter tanto medo de voltar para lá. Como falamos na família, ele é "braço curto", não se dá muito bem com o trabalho. Costumamos dizer que, se ele fosse "normal", seria um belo come e dorme. rs
Foi lá também que ele ganhou diversas medalhas correndo e fazendo outros esportes. Coisas inimagináveis hoje em dia também.

Como meu pai (o cunhado) também trabalhava na cidade na época, ele levava o Celso para a escola. Minha vó, como boa vó e mãe de gordinhos, sempre preparava uma "malmita" para o caminho. Neste dia, foram dois pães com bife à milanesa, um para meu pai e outro para o Celso.
O Celso, sempre com fome, comeu o dele logo na primeira parte da viagem. Meu pai guardou para um momento mais oportuno.

Quando o momento oportuno chegou, ele desembrulhou o sanduíche do plástico verde, depois do papel toalha, e começou a comer. O Celso, que costumava dormir a viagem toda, acordou, claro.

Pai comendo...
Celso: Está costoso?
Pai: Está.
Celso: Está costoso?
Pai: Está.

O fim da história, depois de umas 10 repetições:

Celso: Está costoso?
Pai: Toma essa sanduíche, Alemão!

Desde esse dia, sempre que alguém da família está comendo, sempre surge outro membro questionando: "Está costoso?" Mas como nem todos nós somos insistentes e fofos como o Celso, nem sempre ganhamos o petisco.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Eu tenho um blog

Estava lendo o blog de uma amiga e pensei: quero um blog. Nas últimas semanas tenho pensado bastante nisso, principalmente com a vinda de um gringo da empresa para nos falar sobre interatividade. Fiquei com uma sensação “quem sou eu se não tenho um blog”. Mas sobre o que falar?

Talvez esse post seja filho único de mãe solteira - e chateada. Fico pensando quem vai ler, o que eu vou escrever. Quero fazer um livro sobre o amor da minha vida, não meu namorado, mas meu tio. Talvez possa começar por aqui. Hoje falei dele com uma amiga e constatamos mais uma vez, ele é um anjo. Ele sempre acha que é. E nós concordamos. E concordamos ainda mais quando falam que pessoas com Síndrome de Down são excepcionais. Eu nunca conheci ninguém mais excepcional. Meu tio Celso não sabe chorar. Não sabe mesmo, não consegue. Quando ele quer, o máximo que sai é uma simulação de choro, que ele deve ter aprendido com a gente. Mas peça para ele sorrir que não demora 5 segundos. O sorriso vem acompanhado de piscadinhas por baixo do óculos fundo de garrafa.

Estou longe de ser bíblica e tampouco católica, mas o livro Fantoches de Deus, de Morris West, fala do nosso anjo. Este pedaço, que achei agora na internet, explica muito:

“Sei o que está pensando. Precisa de um sinal.
E que melhor sinal Eu poderia dar que tornar esta menina saudável e nova?
Sou o Senhor e não um mago. Concedi a esta menina uma dádiva que neguei a todos vocês... a eterna inocência.
Para vocês, ela parece imperfeita... Mas, para Mim, é impecável, como o botão que morre sem abrir, ou o passarinho implume que cai do ninho para ser devorado pelas formigas.
Ela jamais Me ofenderá, como todos vocês o fizeram. Jamais desvirtuará ou destruirá a obra das mãos de Meu Pai. Ela lhes é necessária. Evocará a bondade que os manterá humanos.
A enfermidade dela vai impeli-los à gratidão por sua sorte... Mais do que isso. Ela lhes lembrará todos os dias que Eu sou quem Eu sou, que Meus caminhos não são os de vocês e que a menor partícula de poeira turbilhando no espaço mais escuro não cai da Minha mão... Eu é que os escolhi. Não foram vocês que Me escolheram.
Esta menina é o Meu sinal para vocês. Tratem de amá-la!”